Autor: Josh Malerman
Editora: Intrínseca
Páginas: 272
Editora: Intrínseca
Páginas: 272
Avaliação:
Reflita por um instante: Você está preso a um mundo onde enxergar é perigoso, que sair de casa é arriscado, que pessoas precisam se unir para ter uma porcentagem mínima para sobreviver. Batidas na porta são sinônimo de medo, assim como o canto dos pássaros é presságio de coisas ruins. Agora, os cobertores cobrem os vidros das janelas, as vendas são essências, os alimentos são itens raros e a esperança se perde um pouco a cada dia, ainda sim você continuaria fazendo o possível para viver? O qual drásticas seriam suas medidas para se adequar nesse novo mundo?
Ao ler o subtítulo de Caixa de Pássaros "Não abra os olhos" me lembrei automaticamente da obra de José Saramago, "Ensaio sobre a cegueira" um livro que li na época da faculdade e gostei bastante. A princípio foi essa ligação que gerou minha curiosidade e assim embarquei nesta leitura. Porém, mesmo que esse livro siga uma narrativa similar no sentido pós-apocalíptico decorrente a uma situação que todos "perdem a visão", aqui todo o caos é ocasionado por criaturas que não podem serem vistas, as pessoas sabem como se precaver e a situação obriga os sobreviventes a manterem seus olhos fechados para que não sejam vítimas de si próprios após enlouquecerem completamente.
Neste cenário caótico, Malorie narra os fatos entre acontecimentos do presente e do passado, mostrando em diferentes perspectivas como as criaturas influenciaram diretamente em sua condição de vida atual. Narrar um livro dessa forma é algo admirável e também arriscado, pois o escritor está pensando simultaneamente nos diferentes tempos da história e um deslize pode comprometer toda a trama. Mas felizmente esse não é o caso de Caixa de Pássaros, onde essas variações contribuem para o envolvimento do leitor até sua página final.
Malorie precisa fazer escolhas decisivas pois não se trata apenas da sua vida, mas também de duas crianças de 4 anos sobre a sua responsabilidade que nunca viram a luz do dia. Ela não apenas deseja, como busca uma alternativa melhor para eles. Por eles, logo ela que nunca se imaginou mãe, que perdeu tanto, que precisa lutar e ter força no meio de tanta dor, isso sensibiliza, assusta e gera conflito ao longo da leitura. Essa instabilidade, agonia presente no texto, nos conecta profundamente as emoções da protagonista. Cada luta, cada pequeno movimento no mar, e no seu amor sutil acompanhado de um pedido de desculpas oculto a cada vez que pensa não ser capaz de continuar, tendo plena convicção que precisa seguir, comove.
Enfim, esse livro faz o leitor sentir na pele os sentimentos apresentados na narrativa, levando-o para dentro de um caminho enigmático em buscas de respostas que podem ou não serem respondidas até o final das páginas. Vale a pena conferir!
Oi K, tudo bom?
ResponderExcluirEu estava curiosa para ler esse livro, mas, quando saiu na Netflix eu assisti na mesma semana, confesso que logo após assistir, eu perdi a coragem de ler, hahaahah. É por que eu sou bem banana, sabe? Mas, achei o filme ótimo, imagino que o livro seja muito melhor!
Beijooooo :]
Oi Cecy, tudo bem e você?
ExcluirO mesmo aconteceu comigo, assim que lançou o filme também assisti e estava na metade do livro. Logo perdi o "time" da leitura. Mesmo assim continue apenas para saber se o final seria o mesmo. Filme x Livro perspectivas diferentes para assuntos similares.
Beijo :)