quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

Resenha | A Garota Dinamarquesa – David Ebershoff




Autor: David Ebershoff
Editora: Fabrica231
Páginas: 368
Avaliação:     



O livro é baseado na história real do pintor dinamarquês Einar Wegener, e se passa em Copenhague por volta de 1925. Relatando os principais acontecimentos que levaram Einar a descobrir sua transexualidade após um casamento duradouro com Greta também pintora. O livro consegue transmitir toda a mensagem e impacto do sofrimento de ambos durante a transição. É possível compreender todo o conflito de Einar numa época que praticamente o assunto era algo novo, sem referências e também a luta de Greta pelo marido e sua força para seguir adiante. 

Tudo começa como uma brincadeira com Einar colocando meias e sapatos para Gerda pintar um quadro que precisa finalizar e isso faz Einar ativar uma parte adormecida que sempre esteve dentro de si. Assim Lili (nome que adota como mulher) nasce. Greta se sente encurralada entre a vontade de ter seu marido de volta e deixar Lili se libertar. Logo, Greta se torna a base de Einar, e Einar a força que move Greta. É uma situação que foge do controle, tudo que haviam construído no matrimônio, e até mesmo em suas vidas profissionais repentinamente parecem estar errado e fora do lugar. 

Ler sobre Greta fez com que eu pensasse na força, dedicação e amor que ela precisou ter para superar e ajudar seu marido com toda a situação, transição em tempos que não existia sequer informações suficientes para compreensão dos fatos. Então isso realmente comove durante a leitura. Diferente do filme, onde o amor parece ser o que faz Gerda agir, a percepção que temos da personagem no livro é que ela sempre buscou por respostas e não parava de procurá-las chegando ao seu limite. Ela relembra muitos fatos do seu ex marido comparando-o a Einar, além de pedir ajuda diversas vezes para Hans e Carlisle seu irmão. 

De maneira geral, o livro consegue abordar o assunto de forma bem completa, trazendo a mensagem que por mais que Einar insistisse em dizer ele e Lili fossem pessoas diferentes presas em um mesmo corpo todas as partes que formavam Einar criaram Lili no final das contas. Como o próprio escritor diz: A maior criação de Einar foi Lili Elbe. Ao reconhecer a sua transexualidade, Einar queria apenas viver quem realmente era em seu interior, viver livremente o amor ao lado de Henrik, ter filhos, simplesmente ser feliz sem prejudicar a vida de Greta, alguém que ele sempre foi eternamente grato por estar ao seu lado até os últimos dias. Enfim, Einar buscou seu maior objetivo, seu maior sonho e conseguiu se tornar em quem sempre quis ser.

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