segunda-feira, 11 de setembro de 2017

Citações do Livro “Entre o amor e o Silêncio” (49)



“ Eu sempre tive certeza de que a pintura me resgatou. Repetia sempre no meu renascimento uma frase que ouvi de alguém que se tornou um grande amigo e que traduzia aquilo que a arte significava para mim: “ Todos discutem minha arte e fingem compreender, como se fosse necessário compreendê-la, quando é simplesmente necessário amar”. – (Monet)” – Pág. 55

“ O seu coração começou a bater anormal e alterado. Ou parou de bater e ocupou o lugar de esôfago. Ela recolheu a mão em reflexo, como se queimada. Despediu-se sem querer dar muita atenção ao que aconteceu.” – Pág. 56

“ – Volto amanhã, Mitchell. Terá que me agüentar mais do que havia imaginado. – Sorriu consigo mesma. – Deve ser o seu charme – brincou. – Exerce efeito em todas as mulheres? Bem , talvez não assim, mas acordado com certeza. – Guardou o iPad na bolsa e olhou-o uma vez mais. – Logo estará bem, e que Deus ajude as mulheres que cruzarem o seu caminho. Falando isso, saiu da cabine com um sorriso bobo.” – Pág. 56

“ Se isso era uma loucura? Sabe-se lá, não tem gente que conversa com plantas? Com animais? Com bebês que não respondem? Com pessoas que já morreram? Então?[...] Então, achava supernormal conversar com Mitchell. Também achava quase normal sentir que ele a respondia daquele jeito além das palavras. O que passou despercebido no início, mas conforme os dias avançavam, parecia cada vez mais difícil ignorar, era a estranha ligação entre eles.” – Pág. 68

“ Ela chorava, porque sabia o que era esperar por alguém a quem se acredita amar. Ela chorava, porque via nele a criança que um dia foi e que ficava, às vezes, por horas, antes de dormir, na cama, sozinha, esperando por nada.
  Aquele homem também estava lá, deitado em uma cama; vulnerável e sozinho. Esperando por alguém ou por algo que não chegava.” – Pág. 69


“ Arrependimento e tristezas são apenas excesso de passado, preocupações e ansiedade, excesso de futuro; prefiro permanecer aqui desfrutando de sua atenção e carinho. Fleur de Clermont.” – Pág. 82


“ Ela foi embora aquela noite sem dizer nenhum outra palavra. Porém, antes de sair, fez algo que nunca tinha feito. Tocou o rosto dele e deslizou a mão até o seu peito. Parou no coração. Fechou os olhos e se deixou levar por aquele ritmado pulso que ressoava com os sonoros: Bip, bip, bip do monitor tão conhecido.” – Pág. 83


“ Esteja com ele pela troca, pelo o que esta experiência tem trazido de bom, e não pela a expectativa disso ser de alguma forma retribuído.” – Pág. 85
“ – Eu cresci sem o meu pai. O esperei...muito...e então, não esperei mais. Porém as cicatrizes existem. Elas são a certeza de que estão lá de qualquer forma. Fazem parte do que me constrói. Eu sei que uma a uma elas dão tamanho ao que sou. Entender isso traz conforto.” – Pág. 105


“ – Volte de onde está, volte para mim, Mitchell. – Suplicar desse jeito era a única coisa que ainda não tinha feito em três meses. Só ao sentir o gosto das próprias lágrimas, que também molhavam o rosto do homem desacordado, ela se separou. Passou os dedos nos olhos e sorriu incrédula com o que tinha acabado de fazer.” – Pág. 118   


“ O que me assusta não são as ações e os gritos das pessoas más, mas a indiferença e o silêncio das pessoas boas”, Martin Luther King.” – Pág. 124


“ – Não se culpe achando que viveu uma mentira. Nós é que rotulamos como devem ser as relações, os acontecimentos e até mesmo os sentimentos. Já parou para pensar como somos egoístas e prepotentes ao limitarmos a liberdade do amor?” – Pág. 126


“ Acho que quando um casal começa a se machucar muito é porque já passou da hora do fim. – Suspirou. – Insistir em entender a razão, só torna tudo mais difícil.” – Pág. 150


“ Ela chorou porque era verdade. Na frente dele, sempre esteve desarmada, entregue. Com Mitchell, não esperava muito  em troca, a não ser poder se sentir  importante e até mesmo se sentir indispensável e especial. As duas barreiras caíram naquele boxe de hospital uma a uma. Até que restou o seu coração e a sua alma. Matar tudo isso estava sendo muito difícil. Olhar para a parte ferida de si, estava  doendo demais.” – Pág. 158


“ Levou o copo de uísque até a boca. Aquela noite resolveu beber, pois isso não era tudo. Desde que voltou para casa, vinha sendo atormentado por sonhos lúcidos e muito perturbadores. No inicio eram imagens difusas e distorcidas, embaladas por uma voz feminina. Com o passar dos dias, a voz se tornou mais clara. Havia algo incompreensível nela que o fazia acordar transtornado. Contudo, não havia rosto nos sonhos. Nunca o via, nunca o achava. Era como se estivesse cego. Era como se aquele rosto desconhecido pudesse trazer a cura. A cura?” (Mitchell) – Pág. 168


“ Somos resultado das nossas escolhas e das escolhas daqueles que estão junto de nós.” – Pág. 198

“ Existem faltas e mágoas que podem ser superadas, mas que em definitivo, não podem ser resgatadas e não são esquecíveis.” – Pág. 203


“ ao lhe deixar esta casa, que guarda a história da minha vida, não deixo apenas recordações mudas que se ajustam nestas paredes. Deixo, minha querida Francesca, a oportunidade de você continuar criando a sua história por meio destas mesmas pedras, sob este teto e deixo, sobretudo, a chance de nos conhecemos, pois sempre a estive olhando. Você era a menina dos meus olhos e se tornou muito bela, dizem que somos parecidas e eu me encho de orgulho com isso. ( Trecho da carta da avó de Francesca) – Pág. 223


“ A ela resultava em algo difícil a corrente elétrica que circulava entre os dois. Sentia-se submetida a um choque intenso toda a vez que Mitchell a olhava. Ahhh, e como ele olhava, olhou, olhava. E quando o fazia, reações diversas disparavam no seu corpo. Ela podia numerá-las.” – Pág. 267 


“ Em seus 36 anos, possuiu as mulheres mais desejadas do planeta e sempre esteve no controle. Não era um menino, descobrindo a sexualidade e descontrolado. Era um homem, afinal.
  Mas lá estava ele, absolutamente encantado com uma jovem de fantasia que usava um vestido de flores quase campestre, meio virginal. Mordia a ponta do dedo enquanto pensava. Tinha uma risada tirada de uma partitura e dançava descalça segurando uma colher de pau como microfone na cozinha.” ( Mitchell) – Pág. 271


“ – Agora sim, está perfeita. – Mitchell disse em um tom de voz animado. – Se ficar exatamente como está, sem se mover, as pessoas não a importunarão mais... Com certeza acreditarão que é parte da passagem, a estátua de uma ninfa ou de uma deusa romana.” – (Mitchell para Francesca) - Pág. 282


“ – Francesca, não estou pedindo nada além da oportunidade de descobrimos juntos o porquê, quando a olho nos olhos, ou quando encosto em você como agora, isso parece diferente de tudo o que já experimentei.” – Pág. 300


“ – Estou aqui na sua frente e não consigo ir embora. Não posso prometer nada sobre o futuro, mas se é entrega que você quer...Eu – ele hesitou parecendo procurar as palavras e acrescentou com a voz imprecisa: - eu já estou entregue, nunca desejei alguém como te desejo.” – Pág. 326


“ – Pessoas são mais importantes que telefones, são mais importantes que negociações inadiáveis, são mais importantes que qualquer quantia em dinheiro. Isso se chama respeito humano – Francie rosnou.” – Pág. 369


“ – Francesca, não me deixe – ofegou -, não me deixe – repetiu como um idiota. – Sou viciado em trabalho e possivelmente você é boa demais para mim. Mas fique comigo – ele estava implorando. Não se importou. O orgulho não tinha voz contra feitiçaria. Deixou vários beijos no nariz, nas maças do rosto, no queixo, em cima dos olhos.” – Pág. 382


“ – Creio que minha posição afasta as pessoas. Mas nunca liguei para isso. Como já disse, acho que as pessoas se aproximam por interesses uma nas outras. Sou muito prático, não perco tempo complicando as coisas. Para mim, todo o relacionamento é baseado em uma troca, quando esta troca não é mais interessante, busco outra que seja. Sempre fui muito transparente com os outros. – Virou o olhar para ela. – Não crio expectativas onde não devem existir. Não quero que ninguém com quem me relaciono as crie também. Ninguém é obrigado a preencher lacunas na vida de ninguém. Ninguém é obrigado a estar com alguém que não satisfaça mais. Simples relação de troca versus satisfação.” – Pág. 416


“ Eu demorei um tempo ali parado com a mão estendida, até perceber que ela escolhia o dinheiro e aquela ridícula imitação de família a mim. E a dor que senti, ao entender que eu estava realmente sozinho no mundo, foi maior do que a raiva que eu sentia do meu pai por destruir os meus sonhos.”  ( Mitchell falando de sua irmã para Francie)


“ A verdade é que nunca se sabe quando a vida mudará por completo. Acordamos pela manhã, tomamos o café, alguns não tomam; corremos atrás do horário, alguns não tem horário para correr. Fazemos atos repetidos diante do espelho e mantemos os mesmos passos, quase sempre, como se eles fossem a garantia da permanência no seguro ponto em que encontramos o nosso rosto na parede. È nessa igualdade que nos perdemos. Esquecemos a capacidade da mudança. Continuamos dia a dia a desempenhar papéis que voam no óbvio...” – Pág. 460


“ Mitchell Petrucci era um show man. Quem diria. E ela?
Sentiu-se transportada para um episódio do Glee. Estava lentalmente emocionada e na medida da música, encantada.” – Pág. 468


“ O coma não me tirou do mundo, ele me fez entender que eu já havia apagado o mundo. Eu pintei tudo de um cinza quase negro. Um cinza denso que correu com as veias do meu corpo e afundou o meu sangue na ilusão da vingança. Drenei a minha alma na culpa. Não havia qualquer sentido na minha vida daltônica. Então, olhos que eu não vi e uma voz bebida além das palavras foram o meu caminho de volta.
  A sua voz foi muito maior que as histórias que contou. A sua voz tem as cores que faltam. Ela entrou em minha circulação, ativou a minha mente desbotada, revivou meus sistemas. A sua voz, a sua presença e o seu amor foram mais do qualquer cura. Esse foi o milagre. Você, Francesca , me fez passar do escuro buraco inconsciente à luz. Esse é o milagre que ninguém pode explicar. Hoje sei que não preciso entender.” (Carta de Mitchell para Francesca) – Pág. 521


“ Em silêncio, Francesca estendeu as mãos, ele soltou a borda da mesa sentido que ia explodir. Ela convidou-o com olhar e ele aceitou. Segurou as mãos dela com tamanha força, porque não queria soltar jamais. Em silêncio ela entendeu aquela força apertada e a luz soltou cor no mundo.
  Ficaram assim por um tempo sem medida como o silêncio. A cumplicidade e o amor falaram na quietude que pertence a eles.” – Pág. 523-524


“ O fim, seja do que for, sempre traz uma sensação de algo que ficou vazio. Um espaço que foi deixado. Algo que deixou de ser. Isso me faz sofrer, nem sempre. Já sofri com o fim talvez porque acreditava que o deixado nunca mais seria preenchido. Chorei com o fim porque às vezes  a saudade não termina. A falta.” – Pág. 525
  

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